Escolha da lista tríplice deflagra sucessão para novo procurador da República
Procuradores elegeram nesta terça seus três indicados para a lista que será submetida ao presidente
Bolsonaro, entretanto, já indicou que pode não segui-la, o que abriu a disputa a candidatos paralelos
Brasília
Nos próximos dias, o presidente Jair Bolsonaro irá se deparar com um dos principais desafios institucionais de sua gestão: indicar o novo procurador-geral da República que substituirá Raquel Dodge, cujo mandato acaba em meados de setembro. O cargo desempenhou um papel fundamental durante a Operação Lava Jato, que desvendou uma série de crimes envolvendo autoridades políticas, e que volta novamente aos holofotes com a suspeita de colaboração entre atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, reveladas em mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil e contestadas pelos acusados.
Nesta terça-feira, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) promoveu uma eleição para sugerir três nomes a serem indicados para o cargo pelo presidente. A lista tríplice é um instrumento que tem sido respeitado há 16 anos. Bolsonaro, contudo, não se comprometeu a segui-la. Por essa razão, havia ao menos 13 potenciais indicados. Dez deles concorreram oficialmente na eleição da ANPR. Com a participação de 82% da categoria, os três mais votados nesta terça foram o subprocurador-geral Mário Bonsaglia, que já havia aparecido nas listas de 2015 e 2017, a subprocuradora-geral Luiza Frischeisen, a única mulher que disputa o pleito, e o procurador regional Blal Dalloul, considerado um aliado do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Agora, a lista será enviada ao Planalto. Outros três, entre eles a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, correm por fora. Os sete derrotados na eleição já haviam se comprometido a respeitar o resultado das urnas. Assim, ainda há seis no páreo.
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