Ferrovia Norte-Sul vale três vezes mais que previsto em edital, aponta estudo
Linha considerada a espinha dorsal do desenvolvimento logístico do país deve ser leiloada nesta quinta-feira com preço menor do que sugerido pela estatal Valec. Há duas empresas interessadas.
Brasília
Um trecho da ferrovia Norte-Sul, no Tocantins. PAC
O lance mínimo da concessão da ferrovia Norte-Sul, cujo o leilão ocorre nesta quinta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo, deveria ser quase três vezes maior do que o que está previsto no edital. Para obter o contrato de operação do trecho central da ferrovia, considerada a espinha dorsal do desenvolvimento logístico do país, é necessário dar um lance pelo menos 1,3 bilhão de reais. Porém, o estudo que embasou a definição desse preço definido pelo Governo federal previa que esse trecho da ferrovia deveria ter a outorga mínima de 3,8 bilhões de reais. Este levantamento, chamado de estudo de avaliação econômica, é público. Foi elaborado em 2008 pela VALEC, a estatal responsável pelo planejamento e execução do sistema ferroviário brasileiro. Se os valores fossem atualizados, o lance deveria ser de 6,5 bilhões de reais.
O Ministério Público Federal, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária – entidade que representa os ruralistas – afirmam que há uma série de vícios nesse certame, mas nenhum dos alertas demoveu o Governo Jair Bolsonaro (PSL) de ir à frente com o plano. O Planalto ignorou a solicitação de adiamento do leilão, assinou um acordo com o MPF e viu o ministro Augusto Nardes, conselheiro do Tribunal de Contas da União, acatar todos os argumentos do Ministério da Infraestrutura, e garantindo a realização da disputa.
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