sábado, 29 de diciembre de 2018

Infanticídio indígena: entre o respeito aos direitos e à diversidade cultural | Brasil | EL PAÍS Brasil

Infanticídio indígena: entre o respeito aos direitos e à diversidade cultural | Brasil | EL PAÍS Brasil



Infanticídio indígena: entre o respeito aos direitos e à diversidade cultural

Futura ministra dos Direitos Humanos critica a prática, mas especialistas defendem interferência não radical na cultura dos índios

Até os cinco anos de idade Kanhu Raka Kamayurá, índia nascida no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, teve uma infância normal. Brincava com as demais crianças na aldeia correndo pelo mato e imitando os caciques e mitos do povo kamayurá. Os pais percebiam que ela por vezes ficava para trás nas correrias, mas não consideravam isso um problema grave. Então algo mudou. Os sintomas da distrofia muscular progressiva, doença que enfraquece os movimentos até impossibilitar que a pessoa caminhe, começaram a aparecer. Os mais velhos da aldeia pressionaram o avô e o pai de Kanhu para que dessem uma solução para o problema, que neste caso, de acordo com a cultura tradicional dos kamayurá, seria a morte da garota. Trata-se de uma prática conhecida como sacrifício ou infanticídio indígena: no meio da floresta, sem conseguir caminhar, a jovem jamais teria como sobreviver por conta própria e se tornaria um fardo para os demais.
Kanhu Raka Kamayurá na rua de sua casa em Brasília
Kanhu Raka Kamayurá na rua de sua casa em Brasília 

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