Banco Mundial pede à América Latina que fortaleça redes de proteção social contra a crise
Organismo adverte que os ciclos de desaceleração econômica atingem com mais força os mais pobres. E demonstra incerteza com aprovação da reforma da Previdência no Brasil
Buenos Aires
Em “tempos desafiadores” para a economia latino-americana, os países da região devem prestar especial atenção aos mais pobres. É imprescindível que os Governos impulsionem planos de proteção social que moderem o impacto da desaceleração dos indicadores e permitam manter no futuro o terreno ganho na luta contra a pobreza durante os períodos de bonança. Estas são as conclusões do último relatório semestral regional do Banco Mundial, intitulado Como o Ciclo Econômico Afeta os Indicadores Sociais na América Latina e Caribe? – Quando os Sonhos Enfrentam a Realidade, que foi apresentado no final da semana passada.
Carregamento de comida em Pacaraima, Brasil, para ser levado à Venezuela. VICTOR MORIYAMA GETTY IMAGES
O cenário econômico não é alentador para a América Latina, e o desafio da pobreza aumenta, segundo o Banco Mundial. “As expectativas iniciais de crescimento em 2018 não foram cumpridas, e as projeções para 2019 se deterioraram. A região cresceu 0,7% em 2018. As principais razões para esse fraco crescimento em 2018 são uma contração de 2,5% na Argentina, a lenta recuperação do Brasil logo depois da recessão de 2015 e 2016, o crescimento anêmico do México devido à incerteza política e o colapso da economia venezuelana”, diz o Banco Mundial, alertando que “o escasso crescimento econômico está tendo um impacto previsível nos indicadores sociais”. Deixando de lado a Venezuela, o caso mais dramático foi o do Brasil, que “experimentou um aumento da pobreza monetária de aproximadamente três pontos percentuais entre 2014 e 2017”. O dado brasileiro é especialmente relevante porque o país representa um terço da população da região.
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