Atos por memória das vítimas da ditadura se multiplicam em revés a revisionismo de Bolsonaro
Marcha em São Paulo reuniu milhares de pessoas neste domingo, enquanto dez capitais se mobilizaram com ações simbólicas pelos mortos no regime. Whatsapp do Planalto divulga vídeo com defesa do golpe
São Paulo
Milhares de manifestantes se reúnem na primeira marcha silenciosa em memória das vítimas da ditadura S.MOREIRA EFE
“Isto aqui é uma psicanálise coletiva”, diz Adriano Diogo, de 70 anos, sentado num banco em frente à entrada da 36º Distrito Policial da Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Quando Diogo tinha 23 anos, ele ficou preso nesse mesmo endereço, nos prédios do DOI-CODI, comandados pelo temido Coronel Brilhante Ustra. Apanhou pessoalmente de Ustra e foi alvo de seu sadismo como no dia em que o militar mandou chamá-lo na cela para dar-lhe um recado. “Você conhece Suely Kanayama? Preciso te dar uma notícia”, disse Ustra. Mostrou-lhe então uma foto da jovem estudante Suely morta e com o corpo todo retalhado.
Diogo, que à época integrava a Integrava a Ação Libertadora Nacional, de inspiração socialista, voltou ao endereço que deixou marcas profundas na vida do Brasil no último sábado dia 30. Há seis anos, ele e outros amigos e colegas se reúnem no estacionamento da hoje delegacia para homenagear as vítimas da ditadura que foram presas ou morreram nesse endereço que se tornou maldito. Muitos dos que ali estavam combinavam de se ver novamente no domingo, para a primeira marcha silenciosa pela memória das vítimas que ocorreria no parque Ibirapuera.
No hay comentarios:
Publicar un comentario