Jair Bolsonaro desceu mais um nível em sua narrativa agressiva e, desta vez, atingiu dois alvos. A imprensa e as mulheres. Na manhã desta terça-feira, o presidente insultou a jornalista da Folha de S.Paulo, Patrícia Campos Mello, com ironias de insinuação sexual. “Ela [a repórter] queria um furo [uma exclusiva, no jargão jornalístico]. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse, rindo, a um grupo de simpatizantes em frente ao Palácio da Alvorada, num proposital jogo de palavras que sugere a troca de uma informação por oferta de sexo. O ataque coincide com um noticiário desfavorável a Bolsonaro, que se esquivou de responder sobre a alta do preço da gasolina, uma carta assinada pelos governadores o criticando e a morte do ex-policial Adriano da Nóbrega, miliciano com relações com sua família.
"Nunca na democracia um chefe de estado havia caído tão baixo apelando à vulgaridade para falsear a realidade. Quiçá no mundo. Nem Donald Trump chegou a tanto", escreve a a diretora do EL PAÍS Brasil, Carla Jiménez. "Os covardes machistas podem fingir que não são covardes machistas, mas em algum momento eles se revelam. Não há momento mais oportuno para os atores públicos do Brasil mostrarem que não o são. Num país em que 52% do eleitorado é feminino, deputados e senadores deveriam ficar alertas", avalia.
Nesta terça, a Organização das Nações Unidas (ONU) também fez um grave alerta: a Síria passa pelo maior êxodo de civis desde o início da guerra, em 2011. Mais de 900.000 pessoas tiveram que abandonar seus lares em meio às chuvas de inverno pela ofensiva do regime do presidente Bashar Al-Assad. Bombardeios têm atingido até hospitais e escolas, afirma a instituição. O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Mark Lowcock, denunciou que bebês e crianças de tenra idade estão “morrendo por causa do frio” no meio de “uma onda de violência cega”.
Nunca um presidente foi tão machista. Espere o efeito bumerangue |
O ataque de Bolsonaro à repórter Patrícia Campos Mello vai ajudá-lo a definhar a partir de agora num Brasil onde 52% do eleitorado é feminino |
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