O discurso de batalha implacável contra a corrupção foi fundamental para levar Jair Bolsonaro à presidência, mas as promessas eleitorais não se concretizaram em avanços em seu primeiro ano como presidente. Pelo contrário. Essa é avaliação tanto da OCDE, que enviou uma missão ao país em novembro, como da Transparência Internacional, detalha a correspondente Naiara Galarraga Gortázar. “Apesar do discurso e das promessas de grande renovação por parte do presidente, deputados e senadores, 2019 foi péssimo em termos de reformas contra a corrupção”, alerta Bruno Brandão, da Transparência, que critica interferências políticas em nomeações e destituições em postos fundamentais de controle contra a corrupção.
Enquanto isso, o Brasil se prepara para repatriar os brasileiros que estão em Wuhan, na China, epicentro da epidemia de coronavírus. Além de declarar estado de emergência na saúde pública, a Câmara dos Deputados aprovou um Projeto de Lei (PL) enviado pelo Governo que regulamenta a criação de uma quarentena para as pessoas que serão evacuadas. O texto segue agora para o Senado. A reportagem de Felipe Betim conversou com Izabel Marcilio, médica do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital das Clínicas de São Paulo, que alertou para “uma série de arbitrariedades” contidas no projeto aprovado em caráter de urgência. “Obrigar vacinação não é eficiente, a gente conseguiu erradicar uma serie de doenças sem precisar disso. Tornar obrigatória a coleta de exames é outra arbitrariedade”, argumenta.
A correspondente no Estados Unidos, Amanda Mars, acompanhou o tiro de partida da corrida à presidência mais poderosa do mundo, que se tornou um fracasso sideral. Os resultados das assembleias de bairro realizadas na segunda-feira chegaram com quase 24 horas de atraso por problemas técnicos e “incongruências” nos dados recebidos. Quando foram divulgados, significaram uma surpresa fenomenal e trouxeram críticas e desconfiança. Millennial, abertamente gay e religioso, Pete Buttigieg, um jovem político de Indiana de perfil impetuoso, causou espanto ao se colocar à frente (26,9%) da caótica disputa. Logo atrás dele, o veterano senador de esquerda Bernie Sanders (25,1%). O presidente Donald Trump celebrou a confusão em dia de discurso do Estado da União e na véspera de se livrar de processo de impeachment no Senado.
| Brasil retrocede na luta contra a corrupção sob Bolsonaro |
| Transparência Internacional critica interferências em nomeações para postos fundamentais de controle |
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