Por seis votos a cinco, o Supremo Tribunal Federal decidiu nesta quinta-feira que o início do cumprimento de pena de condenados deve ocorrer apenas depois do trânsito em julgado de seus processos, ou seja, após esgotados todos os recursos. O presidente da Corte, Antonio Dias Toffoli, deu o voto decisivo que abre caminho para a liberdade de ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba e condenado em duas instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, e de mais de 4.800 presos pelo seguimento da regra em vigor desde 2016 até agora, segundo um levantamento do Conselho Nacional de Justiça. A reportagem de Afonso Benites explica como o desfecho é uma derrota para a Operação Lava Jato, que fez da prisão antes de transitado em julgado um símbolo contra a impunidade. A defesa de Lula já informou em comunicado que solicitará à Justiça sua "imediata soltura com base no resultado desse julgamento do STF". A nota foi divulgada após um encontro do ex-presidente com seus advogados em sua cela na Polícia Federal de Curitiba. Já os representantes do Ministério Público criticaram a nova posição. "A decisão do STF desconsidera os direitos das vítimas", diz procurador Aras, que aposta na nova configuração da Corte. A reportagem de Daniel Haidar detalha o dia depois da decisão.
Nos Estados Unidos, um programa da prefeitura de Nova York, a maior cidade do país, gasta 89 milhões de dólares para exportar milhares de sem-teto para o resto dos EUA. A reportagem de Sandro Pozzi detalha como o polêmico programa chamado Assistência Especial Única (SOTA, na sigla em inglês) espalhou por mais de 370 localidades em 32 Estados, incluídos territórios remotos como Porto Rico e Havaí, cerca de 12.482 pessoas. A revelação tornou-se um constrangimento para o prefeito democrata Bill de Blasio, que se elegeu com a promessa de combater a desigualdade.
Ainda nesta edição, trazemos uma análise do filme Parasita, o sucesso de crítica do diretor coreano Bong Joon-Hu, que já foi considerado por muitos o filme do ano. A repórter Marta Sanz compartilha suas impressões. "Bong Joon-Hu dirige um filme que é comédia, tragédia grotesca, noir e história de terror. Não perca este filme, alheio a uma sutileza de prestígio, direto e quase lindamente literal", recomenda.
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