Sob protestos de ONGs, ambientalistas e representantes locais, o Governo brasileiro realiza nesta quinta-feira um leilão para atrair interessados na exploração de petróleo e gás em quatro blocos próximos ao Parque Nacional de Abrolhos, no extremo sul da Bahia. A repórter Beatriz Jucá viajou à região, a de maior biodiversidade do Atlântico Sul, e conta que o leilão acontece mesmo na contramão de um parecer técnico do Ibama feito em abril, no qual especialistas do órgão reforçam a necessidade de estudos ambientais antes das áreas serem ofertadas às empresas. Há também o risco socioeconômico, em caso de futuros vazamentos. "Abrolhos não pode ser só um ponto de mar, tem que olhar para a terra também porque está tudo interligado", protesta o pescador Carlos Alberto Pinto dos Santos. O certame acontece enquanto as autoridades ainda investigam a misteriosa mancha de petróleo que já atingiu mais de uma centena de praias no Nordeste.
Também nesta edição, a colunista Eliane Brum faz uma detalhada análise do Sínodo da Amazônia, que acontece em Roma até o final do mês, sob os olhos atentos e temerosos do Planalto. "O Papa compreendeu cedo que o desafio é o clima, mas enfrenta o desafio de empurrar uma instituição pesada e lenta para a vanguarda", escreve.
“Começaram a chegar centenas de mensagens. Respondia uma e chegavam mais cinco. Fechei o computador e não voltei a abri-lo.” Assim o astrofísico Michel Mayor explicou ao EL PAÍS como foram os seus primeiros minutos após ganhar o Nobel de Física de 2019, juntamente com Didier Queloz e James Peebles. Na Espanha para uma conferência, o suíço de 77 anos conversou com Nuño Domínguez sobre a descoberta que lhe rendeu o prêmio, a do primeiro exoplaneta (aqueles que orbitam em torno de um estrela que não o sol), e sobre os desafios futuros. "Estou convencido de que existe vida em muitos lugares do universo (...). Como é realmente a vida em outros planetas? É uma questão preciosa e enorme para a próxima geração", diz o cientista, para quem "não há lugar para Deus no universo".
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