A simples menção ao nome do presidente Jair Bolsonaro nas investigações do caso Marielle, reveladas pela TV Globo, abriu um novo capítulo de incertezas políticas e jurídicas na investigação. Nesta quarta-feira, o Ministério Público do Rio afirmou que o depoimento do porteiro, que contou à Polícia Civil que um dos suspeitos de executar a vereadora havia buscado a casa do presidente Jair Bolsonaro no dia do crime, em 2018, não condiz com as gravações do sistema que registra a comunicação do local que está em poder das autoridades. A contradição foi uma vitória que o clã Bolsonaro comemorou. A reportagem de Felipe Betim traz as perguntas respondidas e as ainda sem esclarecimento no caso. Por que o procurador-geral Augusto Aras diz ter arquivado o caso "provavelmente" nesta quarta, sem precisar? Por que o governador do Rio, Wilson Witzel, supostamente sabia o que o porteiro disse? Qual papel pode ter Sergio Moro?
Não é o primeiro sobressalto da investigação, que expõe a desconfiança em relação à independência das instituições e a degradação do aparato de segurança pública do Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira, o EL PAÍS obteve o documento em que a ex-procuradora-geral Raquel Dodge traçou um cenário de contaminação da polícia do Rio para pedir a federalização do caso Marielle no dia em que deixou o cargo, em setembro. Do “perdão judicial” para milicianos em troca de confissões mentirosas, ao achaque do delegado do caso, a ex-PGR descreve uma série de sintomas de um quadro de “contaminação” quase generalizada das polícias pelas milícias e pelo crime organizado, o que impediria a elucidação dos mandantes do crime. A reportagem é de Daniel Haidar e Gil Alessi.
E, nesta quinta, o mundo celebra o Halloween. A reportagem de Eduardo Bravo relata o trabalho do escritor David J. Skal, que explica a origem e a evolução desta celebração pagã e subversiva, uma mera festa rural que hoje se tornou uma poderosa arma de colonização cultural.
Perguntas com e ainda sem resposta sobre Bolsonaro no caso Marielle |
Por que Aras diz ter arquivado o caso apenas "provavelmente" nesta quarta? Por que há indícios de que Witzel sabia da fala de funcionário? |
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