Investidores priorizam títulos da dívida e ouro por medo da tensão entre EUA e China
Guerra comercial, reduções de taxas de câmbio e dados ruins da Alemanha estimulam pessimismo sobre a economia mundial
Madri
Um operador da bolsa esta semana num pregão nova-iorquino de Wall Street. RICHARD DREW AP
As faíscas lançadas pela luta entre Washington e Pequim ameaçam incendiar diferentes mercados. Tudo começou com a imposição mútua de tarifas. Depois, a China flertou com a desvalorização do yuan. As bolsas de valores de meio mundo reagiram esta semana com fortes quedas, embora os pregões europeus, após um dia de tensão, tenham fechado em azul nesta quarta-feira e Wall Street, praticamente estável. Essas fricções são agora perceptíveis nas dívidas soberanas. A piora das perspectivas de crescimento e a incerteza levam os investidores a se refugiar em produtos como ouro e renda fixa, afundando o rendimento dos títulos. Essa é uma boa notícia para os países mais endividados, mas situa a economia global em uma anormalidade com efeitos impossíveis de prever.
Há tempos os órgãos internacionais e instituições de estudos econômicos salientam os "riscos crescentes" em sua análise sobre a conjuntura global. Mas, como lembrou recentemente o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, a mera persistência desses riscos faz com que se tornem reais. A quarta-feira proporcionou uma boa série de exemplos que mostram por que a marcha da economia preocupa tanto.
Na Alemanha, a produção industrial caiu em junho mais do que o esperado: 1,5% em relação ao mês anterior. A sombra da recessão paira sobre a primeira economia do euro. Do outro lado do mundo, três bancos centrais – os da Índia, Tailândia e Nova Zelândia – anunciaram cortes na taxa de juros. Ninguém está confiando que a guerra econômico-comercial entre os EUA e a China será resolvidano curto prazo.
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