miércoles, 6 de mayo de 2020

Brasilândia: No bairro campeão de mortes por covid-19 em São Paulo moradores isolam seus idosos à espera de um hospital | Sociedade | EL PAÍS Brasil

Brasilândia: No bairro campeão de mortes por covid-19 em São Paulo moradores isolam seus idosos à espera de um hospital | Sociedade | EL PAÍS Brasil

No bairro campeão de mortes por covid-19 em São Paulo moradores isolam seus idosos à espera de um hospital

Na Brasilândia, um dos distritos mais populosos da capital paulista, famílias perdem ‘bicos’ em meio à pandemia. Maioria usa máscara nas ruas, mas reclama de desrespeito ao isolamento social



“Ih, filho, minha vida tá embaçada”. Essas são as primeiras palavras de Ilma Paulino, de 47 anos, ao ser perguntada sobre como a pandemia de coronavírus vem afetando sua rotina na Brasilândia, o distrito de São Paulo campeão em número de mortes pela covid-19. Seu irmão, que tem mais de 60 anos e mora em outra rua, está entubado na UTI e não vem respondendo aos tratamentos. “E eu vou levando minha vida, como Deus quer. Mas até onde vai, não sei”. O relato de Ilma retrata algumas das dificuldades enfrentadas pelos moradores da periférica Brasilândia, localizada na zona norte de São Paulo e uma das áreas mais populosas da capital paulista, que ainda espera a inauguração de um hospital da prefeitura. A reportagem de Felipe Betim conta como as famílias perdem ‘bicos’ em meio à pandemia e a maioria das pessoas usa máscara nas ruas, mas reclama de desrespeito ao isolamento social, especialmente pelos mais jovens.
No Brasil, a pandemia segue avançando, mas o país continua às cegas, sem todos os dados de que precisa. Nesta terça, o Ministério da Saúde registrou mais 600 mortes por covid-19 no Brasil, um recorde de notificação em apenas 24 horas, somando 7.921 vítimas da pandemia no país. Já são 114.715 as infecções por coronavírus notificadas, e 48.221 (42% do total) pessoas são consideradas recuperadas. Apesar do número mais elevado registrado até hoje num único dia, ainda é impossível determinar qual foi a data que registrou o pico de mortes no país, uma vez que ao menos 1.579 óbitos ainda estão sob análise. A reportagem de Joana Oliveira e Beatriz Jucá conta sobre dois estudos que fazem projeções de casos no país, que pode se tornar o novo epicentro global da pandemia, enquanto dados oficiais seguem defasados pela falta de testes e de resultados dos exames feitos na rede particular.
Em sua coluna, o jornalista Jamil Chade fala sobre como o Brasil perdeu seu status de democracia liberal perante o mundo e cita a avaliação do Instituto V-Dem, que classificou o país como uma mera democracia eleitoral. "Relatos se espalham pelo país sobre como enfermeiras e médicos estão sendo alvos de ataques de apoiadores do Governo. Não faltam agressões morais contra professores, artistas, intelectuais ou cientistas, todos eles vistos como potenciais ameaças", escreve.
Famílias isolam idosos à espera de hospital em bairro líder de mortes

Famílias isolam idosos à espera de hospital em bairro líder de mortes
Na Brasilândia, em São Paulo, moradores perdem ‘bicos’ e renda. Maioria usa máscara, mas reclama de desrespeito ao distanciamento

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