viernes, 29 de mayo de 2020

Bolsonaro invoca “intervenção militar” contra o STF e flerta com golpe | Brasil | EL PAÍS Brasil

Bolsonaro invoca “intervenção militar” contra o STF e flerta com golpe | Brasil | EL PAÍS Brasil

Bolsonaro invoca “intervenção militar” contra o STF e flerta com golpe

Enquanto ataca Corte, presidente se aproxima do Congresso e oferece vaga no Supremo ao PGR, que o investiga. “É a interpretação de quem conspira contra a democracia", diz Oscar Vilhena

Em conflito aberto com o Supremo Tribunal Federal e diante de inquéritos que acossam a ele e parte de seus mais fiéis militantes, o presidente Jair Bolsonaro cruzou uma linha perigosa nesta quinta-feira. Invocou uma “intervenção militar pontual”, ou seja, um golpe contra outros poderes constituídos. Para tal, o presidente publicou em suas redes sociais a opinião do advogado Ives Gandra Martins defendendo que as Forças Armadas atuem como "poder moderador" com base no artigo 142 da Constituição. Antes, seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro, havia defendido o mesmo: que os militares "zerassem" o jogo. O EL PAÍS consultou dez juristas, três deles que preferiram não ter seus nomes revelados pelos cargos que ocupam, e todos afirmaram, de forma unânime, que não há a figura de “intervenção militar” que não seja um golpe. Parte deles opina, inclusive, que o presidente, que já havia participado de manifestações golpistas, incorreu no crime de incitar um golpe de Estado. “É a interpretação de quem conspira contra a democracia", diz Oscar Vilhena, professor de direito da FGV.
O flerte autoritário do Governo compõe o drama de um país que vê a alta diária de casos e mortes na pandemia do coronavírus enquanto algumas cidades e Estados planejam afrouxar medidas de isolamento social. Reportagem de Marina Rossi conta a ainda pouco detalhada estratégia gradual da Prefeitura de São Paulo de retomar a atividade econômica na cidade e ouve pesquisadores que advertem que a reabertura é precipitada e que pode haver retorno de casos. Também contamos como a Coreia do Sul, um dos mais bem-sucedidos na hora de conter a pandemia, retomou uma série de medidas de distanciamento social na área metropolitana de Seul, ante um surto iniciado num centro de logística nos arredores da capital. Já nos Estados Unidos, a liderança errática de Trump, os alertas ignorados durante meses e a falta de recursos levaram ao limite uma apagada potência: o país acaba de alcançar 100.000 mortos por coronavírus, longe dos 60.000 que a Administração calculou em seus prognósticos mais otimistas, ou dos 58.000 caídos na Guerra do Vietnã.
Diante do vendaval causado no meio corporativo pela chegada do movimento Sleeping Giants ao Brasila estratégia de expor marcas e empresas nas redes sociais ligadas a mensagens de desinformação ou discurso de ódio começa a ganhar corpo em outras frentes. Nesta terça-feira, organizações ambientais lançaram o movimento “Nome aos bois”, a fim de identificar companhias que, indiretamente, endossam um manifesto contra a “burocracia que devasta o meio ambiente”. O documento, publicado em anúncio de jornal, foi feito em apoio às ações do Ministério do Meio Ambiente, após a divulgação do vídeo de uma reunião em que o ministro Ricardo Salles diz que o Governo deve aproveitar a “oportunidade” da pandemia para avançar a pauta de desregulamentação do setor.
Bolsonaro invoca “intervenção militar” contra o Supremo e flerta com golpe

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Enquanto ataca Corte, presidente se aproxima do Congresso e oferece vaga no Supremo ao PGR, que o investiga

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