PF apreende celular e computador de Witzel e eleva suspeita de interferência política de Bolsonaro
Governador do Rio é investigado em suposto esquema de desvios de recursos destinados à Saúde. Presidente, suspeito de tentar interferir na Polícia Federal, parabeniza corporação
O Rio de Janeiro voltou a ser palco de mais uma operação contra a corrupção. Entre os alvos dos agentes da Polícia Federal está o atual governador Wilson Witzel, investigado por participar de suposto esquema de desvios de recursos destinados à instalação de hospitais de campanha que devem receber pacientes com suspeitas de coronavírus. Witzel, que viu seu celular e computador serem apreendidos a pedido da Procuradoria-Geral da República, nega qualquer envolvimento no esquema. A reportagem de Felipe Betim detalha o caso e explica que há indícios de que a chamada Operação Placebo, desta terça-feira, já era conhecida do Planalto, em Brasília. O presidente, que é investigado no Supremo justamente por suspeita de interferir na PF e é inimigo político do Governador do Rio, parabenizou a Polícia Federal ao ser questionado sobre a operação.
Enquanto isso, a pandemia avança. O Brasil, segundo país com mais casos da covid-19 no mundo, está próximo de alcançar a marca de 400.000 pessoas infectadas pela doença. Nesta terça-feira o Ministério da Saúde confirmou 391.222 casos de infectados pelo coronavírus, 16.324 a mais do que na segunda-feira. O país já soma 24.512 mortos, com o aumento de 1.039 óbitos nas últimas 24 horas. Algumas previsões traçam um panorama grave para o cenário brasileiro tendo em vista o crescimento exponencial dos números e a falta de políticas públicas e comando adequados para conter a disseminação do vírus. Um modelo de análise estatística do instituto de métrica da Universidade de Washington, que ajuda a subsidiar decisões da Casa Branca, aponta que o Brasil pode chegar a 125.000 mortes até o mês de agosto. E o pesquisador Alexandre Kalache, que trabalhou na Organização Mundial da Saúde e hoje é presidente do International Longevity Centre, afirmou ao jornal Financial Times que “não há dúvidas de que o epicentro da pandemia está migrando para o Brasil”. Ele prevê que, se a curva de contágios e mortes continuar a subir, o país “alcançará 120.000 mortes”.
Na Europa, o cenário parece mais otimista e muitos países avançam com a reabertura a passos cautelosos. A Espanha definiu o fim da quarentena obrigatória para viajantes, em dia 1º de julho e já busca incentivar o turismo adotando um novo conjunto de norma e precauções. Já na Alemanha, restaurantes cadastram seus clientes por meio de formulários para poder rastreá-los e notificá-los sobre uma eventual transmissão de coronavírus no estabelecimento.
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Governador do Rio é investigado por um suposto esquema de desvios de recursos destinados à Saúde em tempos de pandemia |
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