“Moça, você mora em uma área de risco? É perigoso eu ir te buscar?” Foi assim que um motorista da 99 contou, em setembro de 2019, que a Vila Marari, bairro onde a repórter Regiane Oliveira mora na zona sul de São Paulo, é considerada zona de risco, segundo indicador interno do aplicativo de transporte. O caso fez a repórter mergulhar num fenômeno que não é novo —antes mesmo dos carros de aplicativos chegarem ao bairro, muitos taxistas se recusavam a fazer o trajeto de cinco quilômetros entre o metrô Jabaquara e a Marari— para explicar suas novas facetas com a tecnologia. “Algumas ferramentas podem criar impactos sociais complicados”, alerta Marcelo Batista Nery, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP). Segundo ele, o problema de se atribuir um lugar como violento —“além do transtorno de não conseguir chamar o transporte que deseja, ou da correspondência não chegar”—, está em certa estigmatização da população local.
A semana se encerra com mais desenrolar dramático na tensão do Oriente Médio. Neste sábado, o Irã admitiu ter derrubado por engano um avião comercial ucraniano —a ação provocou a morte de 176 pessoas e a Ucrânia exige indenização e desculpas diplomáticas. No front norte-americano, as ânimos se acalmaram, ao menos por enquanto. Depois de a apreensão escalar ao seu pico máximo com a reposta do Irã à morte do General Soleimani, os EUA encerraram a questão, por ora, limitando-se a impor sanções econômicas a Teerã. A reportagem de Pablo Guimón detalha como as medidas adotadas por Trump pretendem sufocar a economia iraniana.
Para ler com calma, uma radiografia da violência endêmica do México construída a partir da biografia de 33 narcotraficantes. O trabalho de Karina García Reyes propõe uma nova abordagem para pensar a questão da segurança pública, partindo da análise de histórias de vida.
Quando seu bairro é definido como zona de risco por um app de transporte |
99 e Uber estabelecem seus próprios indicadores de quais regiões representam perigo. Segundo especialista, medida pode causar impactos sociais e estigmatização |
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