Após flertar com a possibilidade de congelar o salário mínimo, a equipe econômica do Governo Bolsonaro recuou da ideia, revelando uma vez mais o complicado xadrez de se fechar a conta com gastos públicos congelados sem aumentar desigualdade social no Brasil. Com as contas no vermelho há cinco anos e um rombo de 139 bilhões de reais estimado para 2019, a equipe de Paulo Guedes acenou para a possibilidade de retirar da Constituição a obrigatoriedade de que o salário mínimo seja reajustado pela inflação, mas a impopular hipótese acabou sendo descartada. Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas revela que depois da recessão (2015-2016), os brasileiros mais pobres amargam uma queda de mais de 20% da renda de trabalho acumulada, enquanto o estrato mais rico somou um aumento de 3,3% de renda. A reportagem de Heloísa Mendonça explica o dilema.
“Obscuro”, “frágil”, “incerto”… adjetivos preocupantes voltam a inundar os textos sobre as perspectivas econômicas dos organismos internacionais. É o caso de um novo relatório da OCDE. A organização voltou a rever para baixo suas perspectivas de crescimento da economia mundial, em geral, e da europeia, em particular. E lançou uma advertência que, a esta altura, não deveria deixar ninguém indiferente: se as projeções forem confirmadas, o mundo pode registrar “as taxas de crescimento anuais mais fracas desde a crise financeira” de 2008.
Enquanto a economia vai mal em grande parte do mundo, na sala 23 da Câmara dos Deputados do Brasil, onde está instalada a liderança do PT, há um clima de bonança. Os funcionários do partido ganharam um bolão da Mega Sena, que pagou um dos maiores prêmios da história do concurso: 120 milhões de reais. Ainda eufóricos, os 49 ganhadores apareceram para trabalhar nesta quinta. "É o que sei fazer", explicou um deles.
Também trazemos nesta edição uma reportagem do correspondente em Israel, Juan Carlos Sanz, que mostra como o laicismo oferecido por Avignor Lieberman, ex-aliado de Netanyahu que pode decidir o novo Governo, proporcionou aos judeus procedentes da antiga URSS um lugar central como força política diante de um mal-estar existente com as imposições dos ultraortodoxos, uma força parlamentar crescente.
O xadrez do teto de gastos chega ao salário mínimo |
Equipe econômica se rende ao papel de 'patrimônio' que o piso nacional desempenha no Brasil e revela mais uma vez a dificuldade para fechar a conta com gastos públicos congelados |
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