João Doria: “Se houver um aumento de contágios, nós vamos recuar”
Governador de São Paulo se apega à orientação do seu comitê de saúde para atenuar quarentena. Repete críticas a Bolsonaro e defende a PM paulista, que “não é violenta, é eficiente”, diz ele
"Se houver um aumento maior de contágios, vamos recuar. Aqui nenhuma decisão é definitiva, sobretudo quando se trata de saúde." A declaração é do governador de São Paulo, João Doria, que, em entrevista ao EL PAÍS, explica por que está confiante na estratégia modulada de reabrir a economia do Estado, mesmo com números ainda preocupantes da pandemia do novo coronavírus. Nesta terça-feira, o Brasil bateu mais um recorde de registros de mortes pela covid-19 em 24 horas — superando os 31.000 óbitos no país. "É tudo muito gradual, cuidadoso e feito dentro do que a ciência nos orienta", disse Doria, que garantiu que o Estado dispõe de leitos suficientes de UTI para atender a demanda. Na conversa com Carla Jiménez e Naiara Galarraga Gortázar, o governador tucano defendeu a atuação da polícia paulista ante os números de letalidade policial.
Também nesta edição, reportagem de Joana Oliveira conta o projeto realizado por voluntários que busca conectar, por meio de celulares devidamente esterilizados, pacientes isolados em hospitais por causa da pandemia com seus parentes e amigos do lado de fora. “Foi um alívio ver minha família, saber que todos estavam bem, que ninguém estava contaminado”, conta o motorista autônomo José Beraldo, de 56 anos, que ficou na UTI em um hospital de Ribeirão Preto. Agora os voluntários se preparam para expandir o trabalho no Hospital das Clínicas de São Paulo, o maior da América Latina.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a tensão não cede. Milhares de manifestantes desafiaram o toque de recolher percorrendo as ruas enquanto gritavam o nome de George Floyd, cuja morte completou uma semana na segunda-feira e foi o estopim de uma onda de protestos em todo o país e em algumas cidades do mundo, como Paris. As Forças Armadas já patrulham Washington depois dos violentos confrontos, enquanto os saques em Los Angeles chegaram ao centro de Hollywood. Mas, se a violência cresce tanto no discurso do presidente quanto nos confrontos de rua, há também imagens bastante simbólicas da solidariedade sem precedentes dos policias com os manifestantes. A reportagem é de Pablo Ximénez de Sandoval.
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Governador de São Paulo se apega à orientação do seu comitê de saúde para atenuar quarentena. Repete críticas a Bolsonaro e defende a PM paulista, que “não é violenta, é eficiente”, segundo ele |
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