As provocações à China por parte de membros do Governo Bolsonaro podem custar caro ao Brasil. Nesta edição, um especial analisa a relação com o gigante asiático tanto do ponto de vista diplomático como econômico em tempos de pandemia do coronavírus. A China é a principal parceira econômica do país e também a principal fornecedora de insumos médicos. A dupla importância faz governadores ficarem apreensivos com o nível inédito de rispidez entre Brasília e Pequim, mostra reportagem de Carla Jiménez e Afonso Benites. “A China fica na posição de pedir descontos nas compras do Brasil como pedido de desculpa”, diz José Antônio Castro, presidente da Associação de Exportadores do Brasil. “Em nenhuma hipótese [esses ataques] ajudam o Brasil. Uma agressão gratuita, sem mais nem menos”, completa. Em artigo, o jornalista Sergio Leo avalia o impacto das ações. "Ter autoridades próximas ao presidente da República fazendo provocações dignas de palpiteiros de botequim irritou quem tem negócios e acordos a zelar com os chineses", escreve.
Nos Estados Unidos, com mais de 13.000 mortos por coronavírus, Trump volta sua artilharia contra a OMS e ameaçou cortar o financiamento dos Estados Unidos ao organismo multilateral por sua atuação na pandemia. Quando lhe perguntaram se achava que essa seria uma medida inteligente em plena crise, matizou suas palavras: “Talvez não. Não digo que vamos fazer isso, mas estamos analisando”. A pandemia também contribui para acelerar os ritos na política americana. Nesta quarta, o senador esquerdista Bernie Sanders abandonou a corrida presidencial e deixou nas mãos do ex-vice-presidente Joe Biden a indicação democrata para disputar as eleições de novembro. Biden, 77 anos, será encarregado de tentar evitar um segundo mandato do republicano Donald Trump em um cenário de extrema volatilidade, com a brutal crise de saúde.
Ainda nesta edição, a colunista Eliane Brum mira o futuro e questiona "qual é então o mundo que queremos?". Para ela, o futuro pós-coronavírus já está em disputa. "O rompimento do “normal”, provocado pelo vírus, pode ser a oportunidade para desenhar uma sociedade baseada em outros princípios, capaz de barrar a catástrofe climática e promover justiça social. O pior que pode nos acontecer depois da pandemia será justamente voltar à “normalidade”, escreve.
Provocações à China geram apreensão em plena pandemia e podem cobrar ‘desconto’ em exportações do Brasil |
Desgaste pesa na hora de fechar novos negócios com chineses, alerta associação de exportadores. Governadores vivem apreensão de entrega de equipamentos médicos para coronavírus |
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