O Brasil começa a semana em mais uma batalha contra o coronavírus, que já soma 1.223 óbitos confirmados, segundo o Ministério da Saúde. Apesar do sentimento de derrota, o país tem conseguido atenuar os efeitos da pandemia com o isolamento social que tem sido feito até aqui. Essa é a leitura de especialistas no assunto, como Margareth Dalcomo, da Fundação Oswaldo Cruz. A pneumologista está na linha de frente do combate ao coronavírus, e diz em entrevista a Beatriz Jucá que o isolamento social é “a maior arma do Brasil para conter a pandemia”. Dalcomo lembra ainda que o vírus já sofreu mutações no país e que os jovens não estão livres dele.
Tão sério quanto a expansão da doença, o Brasil enfrenta no momento outra batalha, que se desenrola no campo político. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, continuam dando sinais trocados para a população sobre o enfrentamento à doença, o que fragiliza o consenso necessário que outros países que venceram a doença alcançaram. Enquanto Bolsonaro saiu às ruas neste final de semana sem respeitar os alertas do ministério da Saúde, Mandetta deu entrevista ao programa Fantástico onde defendeu o isolamento e disse esperar um discurso afinado com o presidente Jair Bolsonaro.
“Espero uma fala unificada porque isso leva a uma dubiedade. Ele [brasileiro] não sabe se escuta o ministro da Saúde ou se escuta o presidente”, disse o ministro. "[A diferença nas orientações] preocupa porque a população olha e fala assim 'será que o ministro da Saúde é contra o presidente' e não há ninguém contra ou a favor de nada. O nosso inimigo é o coronavírus.". Segundo ele, as cifras podem piorar muito se houver um “relaxamento” das medidas de isolamento social.
Enquanto isso, Portugal virou referência no mundo por estar mantendo a doença sob controle com um isolamento que é seguido à risca pela população. Vizinho da Espanha, um dos países mais atingidos pelo Covid-19, o país não perdeu tempo em adotar as medidas recomendadas pela OMS para refrear a pandemia. Quarenta dias depois de descobrir os primeiros casos, conta com 16.000 infectados e 470 mortes.
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