O EL PAÍS viajou a Altamira, cidade que se transformou no epicentro do plano de combate ao fogo na Amazônia. No município paraense marcado pela violência e pelas desigualdades sociais, se concentram agentes do Ibama, policiais da Força Nacional e soldados do Exército designados pelo Governo para tentar conter as queimadas, que correm a floresta e a imagem internacional do presidente Jair Bolsonaro. O repórter Felipe Betim e o fotógrafo Lilo Clareto acompanharam uma blitz realizada por cerca de 20 agentes na bacia do rio Xingu. A zona percorrida pela patrulha é uma ínfima parte de um território de mais de 530.000 quilômetros quadrados. Uma gigantesca terra de ninguém, num local onde o Estado quase não existe. Lá, cada pedaço da enorme Amazônia é disputado com motosserras, armas e fogo. Há pecuaristas incansáveis em busca de novos pastos, lavradores sem terras, madeireiros que perseguem árvores cada vez mais raras, garimpeiros à procura de ouro e indígenas que tentam proteger o pouco de terra que os restam. "Os incêndios, no fundo, são a última das mil batalhas empreendidas continuamente nesses territórios", escreve o repórter, que detalha os complexos aspectos que levaram à crise ambiental que o Brasil vive.
E ainda sobre o tema, uma pesquisa do Atlas Político exclusiva para o EL PAÍS indica que 42% dos brasileiros consideram que o país mereceria sanções internacionais por conta do desmatamento, enquanto 20% não acreditam no aquecimento global. Embora as queimadas na Amazônia preocupem, o Brasil se divide sobre as responsabilidades do presidente em relação ao tema.
Também nesta edição, trazemos uma entrevista exclusiva com o presidente do Governo (primeiro-ministro) em exercício da Espanha, Pedro Sánchez. À Soledad Gallego-Díaz e Carlos E. Cué, o político disse estar confiante que o bloqueio em que se encontra a política espanhola será resolvido sem a necessidade de convocar novas eleições. Pedro Sánchez defendeu com determinação uma “terceira via”, um Governo baseado em um programa progressista comum, que permita não apenas a investidura, mas também uma legislatura estável, que será apresentado em Madri na próxima terça-feira. E ainda: o correspondente Daniel Verdú explica a anatomia do colapso de Matteo Salvini, o maior ciclone eleitoral da Itália recente e um político que ainda conserva o apoio nas ruas, derrotado na última semana.
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