No dia em que a OMS declarou que o surto de coronavírus é uma “pandemia global”, uma série de medidas enérgicas, algumas delas controversas, tomou conta do mundo. O presidente Donald Trump anunciou a suspensão por 30 dias da entrada de passageiros europeus nos EUA, com excessão do Reino Unido. A medida sem precedentes se choca com a postura negacionista sobre o problema que o norte-americano vinha assumindo até então. Além disso, há dúvidas quanto aos efeitos práticos da ação: será capaz de conter a velocidade dos contágios, que já passam de 1.000 no país? Reportagem do correspondente Pablo Guimón mostra que a grande vulnerabilidade da potência é a ausência de um sistema de saúde pública universal.
No Brasil, a mudança de patamar da crise também provocou reflexos, com o chamado do Ministério da Saúde para a reservar leitos para os casos mais graves da doença. Entre os principais desafios que o país deve enfrentar nos próximos meses está a desigualdade das redes hospitalares em cada Estado, o que dificulta prever o limite de atendimento do SUS, conforme ressaltou o próprio ministro, Luiz Henrique Mandetta. “O Rio de Janeiro aguenta muito pouco. São Paulo aguenta um pouco mais. O Paraná é nosso melhor sistema, a melhor rede de distribuição. O Acre não tem nenhum caso. O Brasil é um continente”, declarou.
Ainda nesta edição, os infectologistas Miguel Hernán e Santiago Moreno defendem em artigo que o desafio posto às nações não é deter uma pandemia incontrolável, mas justamente desacelerá-la para evitar a saturação dos sistemas de saúde. E para ajudar a conter o avanço da doença, contamos quais são os sintomas e o que fazer para tentar se prevenir e tiramos algumas dúvidas comuns: devo ou não suspender uma viagem? Devo fazer home office?
E, em sua coluna desta semana, Eliane Brum fala sobre a "brutal misoginia do antipresidente" e relembra episódios em que Jair Bolsonaro atacou mulheres. "O descontrole de Bolsonaro é útil”, escreve.
Coronavírus acende alerta sobre preparo de hospitais no Brasil |
Governo Federal orienta Estados a reverem suas redes hospitalares diante do provável crescimento de pacientes gravemente afetados no país. Declaração de pandemia provoca medidas mais enérgicas de enfrentamento em várias esferas |
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