Antônio Pinheiro Salles foi um dos presos políticos brasileiros com mais longa estadia na cadeia durante a ditadura militar: foram nove anos na prisão, entre 1970 e 1979, nos quais foi submetido a sessões de tortura que deixaram sequelas visíveis e irreversíveis. Na última sexta-feira 13, o jornalista —hoje com 82 anos— retornou pela primeira vez ao Estado onde foi preso, o Rio Grande do Sul, e visitou 49 anos depois uma das prisões em que esteve sob a custódia do regime militar: a Ilha do Presídio, uma minúscula porção de terra no meio do Lago Guaíba, em Porto Alegre. Acompanhado do filho, da nora, da companheira, e da historiadora que escreve sua biografia, Pinheiro Salles narrava em detalhes o que sua memória trazia à tona sobre cada canto do local. A repórter Naira Hofmeister acompanhou a excursão do jornalista à ilha gaúcha e seu reencontro com companheiros com quem dividiu cela nos anos de chumbo.
E ainda nesta edição, o humorista Gregório Duvivier defende seu Jesus do Porta dos Fundos, personagem do especial natalino para a Netflix, que despertou uma avalanche de críticas e motivou deputados conservadores, entre eles Eduardo Bolsonaro, a pedirem a censura do episódio. “Sempre enfrentamos essas críticas, mas este ano foi diferente, o que diz muito sobre a homofobia no nosso país. No especial natalino do ano passado, Jesus chegava a torturar pessoas e não causou um décimo do escândalo de agora, quando ele só é gay”, afirmou o ator à repórter Joana Oliveira.
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O reencontro de um preso político da ditadura com sua cela, 49 anos depois |
Jornalista Pinheiro Salles volta pela primeira vez ao Rio Grande do Sul 49 anos depois de ser preso pela ditadura, e visita a Ilha do Presídio, um dos locais por onde passou ao longo dos nove anos em que esteve detido |
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