O Brasil de 2019 se equilibrou numa bicicleta alugada. É esse o retrato da economia neste ano, quando o PIB deve avançar 1%, insuficiente ainda para voos mais altos. Por ora, os brasileiros precisam recorrer a bicos e improvisos para pagar as contas. O final do ano trouxe algum alento mas ainda insuficiente para reduzir a massa informal, que representa 41%. Sem alternativas de empregos, é grande o contingente de profissionais que se tornaram motoristas por aplicativo ou entregadores que usam bicicleta para trabalhar, como relata a repórter Heloísa Mendonça na reportagem que abre esta edição. Mike paga 20 reais para alugar bicicletas e fazer entregas. “Trabalho cinco dias na semana, do meio-dia até de noite. Ganho 400 reais por semana, mas sem direito extra”, diz ele.
Também contamos como os extremistas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro se organizam nas redes. O repórter Felipe Betim conversou com o pesquisador David Nemer, especialista em Antropologia da Informática. Segundo Nemer, os ultraconservadores se dividiram na Internet em três subgrupos. Em um deles estão os encapuzados que reivindicaram o ataque ao Porta dos Fundos.
Nas redes, quem faz sucesso também, mas fazendo graça, é o Jovem Nerd, um blog que se converteu em uma empresa com aproximadamente 2,5 milhões de seguidores nas redes sociais, conforme conta a repórter Joana Oliveira. Os sócios Alexandre Ottoni e Deive Pazos, pioneiros da internet brasileira, quando "tudo era mato", se divertem e divertem os seguidores com as sátiras ao mundo pop.
E ainda a reportagem sobre os filhos abandonados pela ONU no Haiti. As pesquisadoras Sabina Lee e Susan Bartels ouviram 2.500 haitianos e ouviram entre os entrevistados 265 depoimentos sobre gestações decorrentes de relacionamentos com os Capacetes Azuis das Nações Unidas. Do total de histórias, 28,3% envolvem soldados do Uruguai, e 21,9% do Brasil. Algumas dessas relações aconteceram em troca de comida.
O Brasil se equilibra sobre uma bicicleta alugada |
Número de motoristas e entregadores de aplicativos bate recorde no país em jornadas de até 16 horas, um retrato da informalidade que desafia o Governo |
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