Nesta sexta-feira, a comunidade autônoma da Catalunha viveu um novo dia de caos. Uma greve geral marcou o quinto dia seguido de protestos desde que a Justiça espanhola condenou políticos catalães pela tentativa de separação ocorrida em 2017. De Barcelona, um dos principais focos das tensões, os repórteres María Martín e Manuel Jabois contam como a cidade se comporta em meio aos tumultos, numa coreografada organização de limpeza após o final dos atos. As ruas também ardem no Chile, onde um aumento na tarifa de Metrô (de cerca de 17 centavos de real) levou centenas de manifestantes a saltarem catracas e depredarem o transporte público. O Governo de Sebastián Piñera acabou por decretar estado de emergência no país, mobilizando o Exército para conter os atos. Já no México, as ruas foram incendiadas pelo ruidoso poder do narcotráfico, que nesta semana subjugou o Governo. Em uma das páginas mais tristes de uma história de violência que já acumula muitos volumes, as autoridades do país libertaram um dos filhos do narcotraficante Joaquín El Chapo Guzmán para evitar mais represálias na região Sinaloa, onde o grupo criminoso atua. A captura de um delinquente não pode valer mais do que as vidas de algumas pessoas", defendeu o presidente centro-esquerdista López Obrador.
Violência é também a matéria-prima com a qual o celebrado escritor Mario Vargas Llosa trabalha habitualmente, sobretudo em seus romances de caráter histórico. Na América Latina não faltam referências, mas em uma entrevista a Jesús Ceberio ele afirma que a Guatemala talvez seja o país que arrasta a mais violenta das histórias. O país é o cenário de seu novo romance, Tiempos Recios (“Tempos Difíceis”, em tradução livre), ainda inédito no Brasil. "Sua história é uma das mais violentas da América Latina, se não a mais, e ao mesmo tempo é um país muito bonito. Viveu um momento de grande brilho, que foi esse período em que se situa o romance", conta.
E, para ler com calma, trazemos uma entrevista com a escritora e jornalista Eliane Brum, que acaba de lançar uma coletânea de textos jornalísticos em inglês. Em entrevista à repórter Joana Oliveira, a colunista do EL PAÍS conta, entre gargalhadas, como, ao matar uma barata quando criança, encontrou na escrita uma maneira de dar ao inseto uma "memória e uma vida". Uma motivação que seguiu em sua escrita. "Sempre digo que eu escrevo para não matar e para não morrer."
Eliane Brum e arte de escrever para não matar e para não morrer |
Jornalista e escritora, que acaba de lançar coletânea de textos em inglês, se acerca da palavra pela escuta e conta a vida que (quase) ninguém vê |
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