Quando percebe que parte das perguntas da entrevista trata de educação, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) já avisa: “Falo demais sobre isso. Você vai me cortando”. Ela tem o jeito despachado dos jovens, daqueles que sacodem a mão do interlocutor como se estivesse cumprimentando um antigo amigo. Aos 26 anos, ela tem se destacado em seu primeiro mandato e também já é alvo da fúria de diversos espectros da política, incluindo o seu próprio partido, depois de ter votado pela aprovação da reforma da Previdência. "Parece que um grupo do Brasil só pode defender inclusão social, o outro só pode defender responsabilidade fiscal e um terceiro, ética. Se você defende os três ao mesmo tempo você atrapalha o esquema, você incomoda todo mundo e apanha de todos", explica a deputada em conversa com o repórter Afonso Benites.
Em outra frente, o Brasil pena para blindar a área de meio ambiente, diante de um Governo que zomba do assunto. A ex-senadora e ex-candidata à Presidência, Marina Silva, esteve no na Cúpula do Clima da ONU, em Madri, e falou com o EL PAÍS. Para ela, o Brasil esteve no evento "muito mais para dificultar do que para contribuir". O encontro terminou neste domingo com sabor de fracasso. Os negociadores só conseguiram concordar com um frágil apelo para que os países realizem esforços mais ambiciosos contra a mudança climática. E tiveram de adiar novamente o desenvolvimento do artigo do Acordo de Paris referente aos mercados de carbono, diante da impossibilidade de obter consenso sobre um texto. Um acordo sobre essa questão terá de ser buscado na próxima reunião de cúpula, que será realizada em Glasgow em novembro de 2020.
Também neste domingo o deputado Eduardo Bolsonaro ressuscitou a polêmica mudança da embaixada brasileira em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém, conta o correspondente Juan Carlos Sanz. “[Meu pai] me disse que existe um compromisso firme, que a transferência da embaixada a Jerusalém será realizada”, disse o filho do presidente brasileiro, durante inauguração de um escritório comercial da Agência Brasileira de Promoções das Exportações (Apex) em Jerusalém.
Nesta edição, também trazemos uma entrevista com Axel van Trotsenburg, diretor-gerente de Operações do Banco Mundial, que até três meses atrás ocupava o posto de vice-presidente da instituição para a América Latina. Ele falou com o repórter Ignacio Fariza sobre os protestos que eclodiram na região nestes últimos meses. "Quem está por trás dos protestos são as classes média e média-baixa, não os mais pobres. Pessoas que se sentem excluídas do futuro", afirmou.
“Defender inclusão e responsabilidade fiscal me faz apanhar de todos” |
Tabata Amaral relata que filtro ideológico do atual Governo levou a quase zero o investimento em várias frentes da educação |
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