“Dois brancos me abordaram e perguntaram onde comprar maconha. Acho que queriam saber se eu tinha para vender”, conta Kaylan Werneck Ramos da Silva, de 19 anos. Ele é um dos três brasileiros negros que, a convite do EL PAÍS, relatam dias de seu cotidiano neste final de novembro, mês em que se celebra o Dia da Consciência Negra. Evie Santiago, executiva numa empresa farmacêutica, reflete sobre o papel dos seus pais, “de origem muito pobre”, mas que tiveram mães que batalharam muito para que estudassem. “Fizeram universidade federal e digo com toda a certeza que o ciclo de exclusão foi rompido ali”, conta ela.
E em Brasília, sobrou até para Leonardo DiCaprio nos ataques do presidente Jair Bolsonaro contra ONGs. Ele usou a operação que prendeu brigadistas em Alter do Chão para insinuar que um dos atores mais bem pagos de Hollywood financia indiretamente os incêndios na floresta da Amazônia.
De Madri, uma entrevista com o ex-presidente Michel Temer feita pelo jornalista Thiago Ferrer. Em conversa com o EL PAÍS em Madri, o ex-mandatário disse ao repórter Thiago Ferrer Morini que brasileiros estão cansados da radicalização, diz não ver risco à democracia no Governo Bolsonaro. "As instituições brasileiras estão muito solidificadas. A cultura política nacional hoje inadmite qualquer gesto de autoritarismo", afirma.
Ainda nesta edição, a sinceridade da atriz Scarlett Johansson na entrevista que concedeu à Vanity Fair, onde fala do diretor Woody Allen, em tempos do movimento Metoo, que dominou o mundo do cinema nos Estados Unidos. Johansson defende o diretor, acusado por sua ex-mulher de abusar de sua filha, Dylan. "Não sou diplomática e não posso mentir sobre como me sinto em relação a certas coisas. Não tenho por que fazer isso”, conclui.
Na Colômbia, milhares saíram às ruas contra o Governo de Iván Duque na última semana, em sua maioria de forma pacífica, para expressar sua insatisfação com a situação do país. A reportagem de Camilo Rozo e Santiago Torrado reúne os rostos de alguns dos protagonistas das manifestações.
| Racismo velado, em primeira pessoa |
| Negro, traficante. Negra, babá.Três brasileiros relatam situações em que são confundidos por associações que o país ainda faz pela cor de pele |
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